Quem realmente lê esse blog sabe o quanto eu gosto e sei me comportar em casamentos. São de fato grandes e emocionantes eventos e eu não perco nenhum para o qual sou convidado. Porém o que me fez escrever hoje foi o casamento da Mariana lá de Penatown.
Bem, eu a conheço desde criança porque nossos pais são muito amigos desde sempre (aquele tipo de amizade onde as famílias fazem tudo juntas e que hoje em dia é muito bem representada em “Desperate Housewives). O casamento ocorreu em Ribeirão Preto e tínhamos que sair depois do almoço de Páscoa para tomar um chope no lendário Pingüim, jantar e pernoitarmos, mas como tudo, absolutamente tudo entre os Francos vira um grande e exagerado problema, os planos não foram assim seguidos à risca:
Almoço de Páscoa, ou seja, um “levíssimo” bacalhau num calor exagerado e típico da Noroeste paulista:
PAPAI (muito calmo e meigo): Vai, vamos logo que eu não quero pegar essa estrada ruim de noite!
MAMÃE: Eu já estou pronta!
EU (como sempre o mais lúcido): Mas nós vamos sair daqui com esse sol a pino depois de comer uma bacalhoada?
MAMÃE (brava): Seu pai, seu pai!
PAPAI: É... Vamos! O carro é meu e eu que decido quando sair. O dia em que você tiver o seu carro, você decide.
Numa fração de segundo pensei comigo mesmo que eu não precisava ir a esse casamento um dia antes do mesmo acontecer porque não estou mesmo podendo beber e que mesmo que estivesse, jamais sairia para uma viagem com a intenção de tomar um mísero chope e comer uma coisa qualquer de boteco metido a besta de uma caipirada rica da “Califórnia brasileira”. Pensei ainda que não fazia o menor sentido sair tão cedo para um trajeto de três horas só porque a estrada é ruim e que sendo ela perigosa, será assim de dia, de noite ou de manhã e que deveria ligar o “foda-se” e arrumar outra maneira de ir.
EU (me esforçando para parecer calmo e altivo diante dos dois): Então vão vocês que eu não vou.
MAMÃE (agora muito brava começa a tirar minha roupa e sapato da mala) e diz: Vamos logo e eu dirijo!
PAPAI (me deixando algum dinheiro e muito impaciente): Não, eu dirijo!
Fecharam a porta e partiram. Eu atravessei a rua e fui falar com uma vizinha também amiga que partiria no dia seguinte para o casamento que seria às dez horas da manhã. Combinei tudo com ela e lá fomos nós bem cedinho para a cerimônia que ocorreu numa capela de bairro. Chegando ao destino fomos pedir informação sobre o local para uma moça num posto de gasolina.
Ela tinha cara de dopada por algum desses medicamentos que tiram a pessoa da depressão e jogam na demência e não obtivemos muito sucesso. Depois de muito andarmos, chegamos antes de todo o mundo com a igreja praticamente vazia e aos poucos foram chegando todos. Mamãe era uma das mais elegantes e como diria um velho familiar, estava “tão bonita como a primeira-dama do Acre”.
Passado todo o “blá” religioso fomos para a festa que seria num sítio e eu pensando que o lado bom de não estar bebendo é que não correria o risco de me comportar inapropriadamente como no casório do Francisquinho. Ledo engano! Bem que dizem que vez ou outra o destino nos prega alguma peça e foi exatamente isso o que me aconteceu.
O fato é que ao nos acomodarmos percebi que teria que trazer uma mesa de longe para juntar toda a turma e lá vou eu fazer isso com uma mesa de ferro pesada que ao chegar em seu destino final e ser colocada no chão por mim - que estava agachado para a tarefa – percebi um som de calça rasgando no traseiro. O detalhe é que a calça era branca e a cueca azul-marinho e ela rasgou na costura deixando toda a minha bunda de fora. Como nessas horas penso rápido, sentei correndo na cadeira para que ninguém me visse, ou melhor visse a minha parte mais imprópria e me dirigi à Suzana:
EU: Onde estão meus pais hein?
ELA: Ainda não chegaram
EU: Ah! É mesmo? Bem, eu não posso levantar daqui por nada.
ELA: Por quê?
EU (rindo, mas muito nervoso): Porque estou com a bunda exposta, minha calça rasgou e eu preciso que meu pai busque a calça que ele usou ontem e me empreste.
ELA (rindo e nem um pouco nervosa): Não acredito!Isso já aconteceu comigo num chá lá em Penápolis e fiquei sentada durante todo o evento.
EU: Pois é...
Assim que avistei meu pai ele já foi avisado do ocorrido e foi buscar a calça enquanto todos na mesa riam e ironizavam o fato de que o banheiro onde eu teria que me trocar ficava bem longe e que para tal eu teria que atravessar toda a festa. Bem, enquanto a calça não vinha e eu ficava sentado sem me levantar nem para cumprimentar quem quer que fosse, comecei a bolar um plano para discretamente efetuar a troca da vestimenta sem tornar pública minha bunda e deixar no holofote apenas o noivo, a noiva e seu buquê.
Meu pai chegou, me deu a calça e eu já com o itinerário na cabeça comecei a correr de costas para os convidados em direção a uma porta aberta (que era a casa do caseiro onde sua filhinha de uns sete anos brincava na porta enquanto via um traseiro azul-marinho). Ninguém entendeu nada e a mesa que entendeu (a minha) ria alto chamando a atenção para o fato. Ao chegar na casa e entrar (de costas) a família assistia ao programa “Estrelas” e ficou com aquela cara de pasmados.
EU: Onde tem um banheiro? É urgente! Preciso trocar de roupa.
A mãe e dona da casa me apontou atônita e calada a direção sem tirar os olhos de minha bunda e enfim resolvi o probleminha voltando para festa sem infortúnios maiores.
Abraços do Lucas, o mais Franco.
PS: Para quem ainda não leu, veja no índice ao lado “O casamento, esse acontecimento”.
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