sábado, novembro 04, 2006

O que eu queria mesmo ser ...


Olá pessoal!
Estava relendo o texto anterior e pensei que deveria esclarecer uns pontos aqui e ali (isso porque eu quero e não porque você perde tempo lendo bobagens mal escritas).
Outro dia estava falando com a Alessa sobre que personalidade seria interessante e prazerosso ser.
Ela: Você preferia ser o Tom ou o Chico?
Eu: O Tom, mas ... se bem que, sendo o Chico, eu seria muito mais amado e pegaria quem quisesse ...
Ela: É ... mas o Tom é muito mais, não é?
Eu (rindo): Acho que ser o Caetano é mais minha cara. Eu me divertiria muito mais e a Gal teria sido minha por um tempo.
Ela (rindo e pensando libertinagens).
O fato é que fui embora e continuei pensando bobagens. Cheguei a conclusão de que eu queria mesmo é ser Don Corleone porque só mesmo alguém muito charmoso, inteligente e sagaz manda matar um inimigo no casamento da filha ao mesmo tempo em que afaga um gato. Isso sim é ser maligno! Soltar bombas em escola de interior e enganar freira topeira é coisa para adolescente bobo.
Agora, saindo da ficção e falando um pouco (pouquíssimo) sério, queria dizer que não sou um monstro e posso até ter atitudes sólidas de generosidade. Outro dia mesmo ajudei um amigo bêbado na balada. Se o levei para casa? Não. Arrumei uma coca-cola gelada e zerei a comanda dele abusando de meu "poder" no local. Isso para exemplificar que existe ética no crime.
Aliás, falando em ética, lembrei de uma briga minha com o neto do Jânio Quadros - esse mesmo!
Estava eu trabalhando no bar da mesma balada em que ajudei meu amigo alcolizado e do mais perfeito nada surge um cliente - o neto.
Ele: Você votou no Lula ou no Alkimin?
Eu: Não votei! Não perderia meu tempo escolhendo entre seis ou meia dúzia.
Ele: Mas você não procurou evitar o PT?
Eu (lacônico): Não!
Ele (capisciosamente e sem o menor nexo): E entre o Jânio e a Erundina?
Eu (atônito): O Jânio das forças ocultas?
Ele: É.
Eu: Sem nem pensar fico com a Erundina.
Ele: Não acredito nisso!
Eu: O Jânio é uma figura histórica desprezível!
Ele (pensando que eu sabia com "quem" estava falando): Pô cara, como você fala assim comigo? Deste jeito vamos ter que sair na mão ...
Eu (agora realmente atônito): Não vamos, não! Eu chamo o segurança e peço que o tire daqui. Mas, por quê defende tanto o Jânio?
Ele: Sou neto dele e todo mundo aqui sabe disso.
Eu: Olha, então você devia deixar isso em segredo porque seu avô foi Presidente e sendo assim é uma figura pública e histórica que está aí para ser julgado. E eu não abro mão de dizer a quem eu quiser, inclusive você, o que penso dele.
Ele deu umas resmungadas, mas não falou mais comigo. Quanto a mim, continuei trabalhando e confesso que não ri da situação, não. Achei anacrônica mesmo.

Um comentário:

Cecilia Egreja disse...

Lucas, muito bom os seus textos. Você escreve com uma fluidez invejável.

E quanto ao "netinho", na próxima saia justa diga apenas: "fi-lo porque qui-lo".
...e varre-varre vassourinha!

Beijos